terça-feira, 15 de julho de 2008

Uma dor tão doída


Queria ter ânimo para vir aqui e colocar as minhas bobagens mas faltou coragem. Não conseguia pensar e concatenar as minhas idéias. A vida é assim - às vezes estamos felizes e não achamos que uma notícia ruim vai aparecer para perturbar essa felicidade. Fica difícil tudo. Falta chão. O tempo, por mais sol que tenha, fica nublado dentro de nós.
A minha cunhada, pessoa que eu amava muito e que em muitas vezes foi o meu grande suporte, deixou este mundo. Ela era quem ouvia tanto os meus motivos felizes como as queixas. Foi tudo tão rápido. Ainda bem que o tempo em que nos falamos, ela pode sentir todo o carinho que eu nutria por ela. O amor entre nós duas era algo sublime. Ela foi a irmã que desejei e a dor da perda foi a mesma de ter perdido a minha mãe. Ela foi a melhor pessoa que cruzou o meu caminho. Era doce até quando brigava. Foi uma leoa na defesa dos filhos. Foi a irmã amorosa e a esposa dedicada. Foi amiga de todos. Era a alegria, a garra, a força, a perfeição de pessoa. Foi digna e honesta. Soube arrebanhar a todos nós que estivemos próximos. Ela era o meu porto seguro. Com ela chorei muitas vezes. Com ela sorri, gargalhei, me diverti. Dela escutei conselhos e soube muito bem escutar os meus áis. Quantos segredos bobos e cochichos deliciosos. Quantos passeios, almoços em família que sem ela não tinham graça.
Quantas vezes fui ao Rio só para vê-la. Até os presentes que eu levava de NY, os primeiros pensamentos eram o que eu deveria comprar para presenteá-la.
Agora não existe mais aquele sorriso alegre, aqueles olhinhos azuis a brilharem. Fica uma doce e suave lembrança de quem passou por este mundo e deixou a sua marca. Quem cumpriu à risca a sua missão nesta terra. Nossos laços eram fortes. Sinto uma dor bem doída, como diz a música.
Mas nada a trará de volta. O que me resta é deixá-la ir. Deixar que ela se desligue deste mundo pq com certeza algo à sua altura estava reservado no outro lado. Não encontrá-la mais e escutar aquela voz forte e ao mesmo tempo doce: ô cunhada..
A cada ponto do meu tricô, vai ser um pensamento para ela. A cada laçada, um sorriso das nossas aulas. Ainda estão presentes as nossas primeiras aulas. Como fomos amigas!!!
Ela sabia de todo o nosso amor. Sabia que todos que a cercavam a amavam muito. Os meus filhos tiveram a verdadeira tia/madrinha e a amavam.
Ninguém vai ser como ela, pois era única. Ainda está doendo muito, mas vai passar e as boas lembranças ficarão.
Só agradeço a Deus por ela ter existido em nossas vidas. Até um dia minha irmã amada.

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